quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Burghi Blog: MSN 2 - MORO EM UMA GAIOLA

Burghi Blog: MSN 2 - MORO EM UMA GAIOLA

sábado, 18 de dezembro de 2010

Corpore


Quando incorporamos in_corpo_oramos...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

HOJE E AMANHÃ



O ano chegou de repente.
Procurei pessoas que eu amava
Umas encontrei
E procurei coisas que eu tinha feito e o inventário foi pobre e a lista foi pequena.
Procurei coisas que pretendia fazer e me enchi de achar coisas não feitas
Papéis não guardados e arquivos não terminados na bagunça de meu tempo e de minha cabeça
O tempo anterior me trouxe muita lembrança
Tenho um arquivo de cada ano que passou.
Há fotos. Pessoas que vieram e outras que despareceram
Muitas coisas e pessoas estão também não arquivadas
Amigos, amores, papéis estragados e abandonados
Cada um conta uma história mas de poucas lembro de memória.
O ano chegou de repente. Fiz mais um arquivo. Vamos ver como vai ser.
Mandei uns convites, preparei umas coisas
E meio sem rumo comprei um barril de chope, cachaça, carne e carvão
Os dias assomam, os anos se vão...
Hoje é assim e amanhã é meu aniversário.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

TEXTOS PSICOGRAFADOS

Foto: Corrente - Hélio

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Quem é órfão - o que se foi sem filho ou aquele que restou sem Pai?

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"A luz desta casa é tão forte que pode ser vista a longa distância"...

- De um protetor à mesa –

São Paulo 22/9/97

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Não é teu corpo teu escudo, mas teu corpo imaterial,

Tua defesa é tua fronte e o que ostentas dentro dela,

Tua alma, teu coração. Teu interior é tua proteção...

São Paulo 22/9/97

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SEM TÍTULO 1

Quando é a treva, é o silêncio o teu imperador inconsulto.

Não há plano, não há espaço, não há lado, direção, caminho.

Na treva pouca diferença faz tua escolha atrasada.

Agora não precisas mais escolher - pode ser o Bem, pode ser o Mal,

Não há comunicação.

O silêncio impera sobre a escuridão da treva.

Não há escolha que console ou opção que custe menos.

Os planos são inexplorados pela tua consciência.

Tu não sabes como se manter na treva.

Aqui é o nunca mais,

Primeiro infinito sem fim para os que chegam,

Morada final dos viajantes que partem...

Primeiro e último plano de geometria imponderável.

São Paulo 22/9/97

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A CASA DE MEU PAI

Na casa de meu Pai moram mais pássaros.

Em suas árvores há esquilos

E borboletas em suas flores...

Há muitas maravilhas na casa de meu Pai

Florais, perfumes, cheiros de casa de Pai...

Só sentem as supremas essências da casa de meu Pai os bem-vindos

Os esperados, todos os filhos legítimos de meu Pai

Onde fica a casa de meu Pai não importa

Pode estar em qualquer lugar por ser casa, moradia e templo onde vive o Pai

Pode estar naquela rua, naquela cidade ou dentro de seu coração

Na casa de meu Pai habitam os que podem sentir-lhe o cheiro,

A graça e a força que emanam da fronte da cabeça lúcida de meu Pai.

Que te chama,

Que te benze,

Que por ti Ele tudo faz

Faz-se Pai para seus filhos. Juiz para seus condenados. Mestre para os ignorantes.

Na casa de meu Pai há muitas surpresas

Todas elas concebidas no seu apuro moral

Na sua bondade infinita

Na humildade dos homens, da caridade de Deus

Não se expresse, não relute

Se entras sem bater à porta

Se acomode onde quiseres

Eras esperado na casa

Neste reino de bondade

Nesta festa do divino e espiritual servidor

Fique, permaneça se tiveres alegria

Cure-se se tiveres doença

Afague teu irmão perdido

Saia se não for teu tempo.

Cada dia mais carentes chegam à casa de meu Pai

Chegam cegos, chegam surdos, chegam todos os mortais

E chegam como é de respeito todos os pobres imortais

A luz da casa de meu Pai é a mesma luz que se irradia do fundo de seu coração

Faça dela a morada, a morada de seu espírito

Na casa de meu Pai há muitas moradas,

As mesmas de seu coração.

Peça a benção tão divina e escute esta oração.

Graças a Deus!

Martinho Francisco ou Martim Francisco?

5 de Outubro de 2.009

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari - SC

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SEM TÍTULO 2

Na odisseia do Senhor há Paz, há Amor e Perseverança.

A odisseia do Senhor é a Pátria de Deus Pai.

As graças de Deus serão bênçãos a se espalhar sobre a Terra.

Esperemos que cada dia mais, mais e melhor se apresente quem da casa faça o Bem.

Que espere no átrio o momento de sua redenção.

Sua gloria virá aos poucos, como os lírios que crescem nos campos do Senhor.

O que há na espécie humana que enaltece o homem, o Senhor reconhece, enobrece e realiza.

Eu estou aprendendo aos poucos. Aprendo aos poucos a reconhecer minhas faculdades. Que faculdades são essas não reconheço. Aprendo apenas. Aprendo.

12 de Outubro de 2.009

Lar Espírita Maria de Nazaré – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 3

Vitor não sabe, mas me espera nesse Dia da Criança. Seu presente está para ser dado com muito amor neste fim de dia. Não vai passar despercebido esse seu dia que devia ser de todos nós, pela humildade e pureza que significa. Esse dia é comemorado como o dia da dádiva eterna de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que permaneça para o todo e o sempre.

Que assim seja! Graça a Deus!

12 de Outubro de 2.009

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 4

Antes da sessão: Texto com dúvida sobre a interferência do médium

Desequilibra. Por causa do joelho. Depois da operação não ficou mais normal. Tentou de todas as formas e exercícios ficar melhor, não bambear quando trocasse as pernas estando em pé. Não adiantou. Desequilibrava.

O tempo passou e com ele aprendeu que não foi só o joelho que o fazia desequilibrar.

Perdia a cabeça, Fazia besteiras. Colecionava bobagens. E o joelho não tinha nada a ver com isso. Era de seu interior desregrado, confuso, desequilibrado. Recusava que podia fazer coisas. Teimava, fazia e saia besteira. Uma vez ouviu vozes que o impeliram a saltar de um prédio. Nem as vozes sem origem lhe davam bons conselhos. Parecia ser de própria cabeça. Não distinguia de quem eram as vozes. Muito provavelmente eram suas. Não se sabe se pulou ou não. Mas depois dessa história ficou pior. Desequilibrava das pernas, falhava o joelho. Desequilibrava a cabeça, faltava-lhe o bom senso e o juízo.

Naquela noite não foi diferente. Depois do por do sol se recolhia ao seu quarto.

Postou-se na janela, ouviu os últimos pássaros darem seu canto de despedida, olhou as árvores já sob a penumbra, viu a extensão do terreno que parecia sem fim. Rezou o Pai Nosso. Foi sua única ação razoável dos últimos 20 anos.

Sabia se resignar e assim o fez. Baixou a cabeça em ato de prece. Pediu licença aos irmãos que ali se encontravam para que pudesse se revelar como naturalmente era e como era desequilibrado. Esta descoberta de sua própria miséria tinha um peso e um custo incalculável para si. Preço que ele não conhecia e não queria pagar. E tinha cheiro de enxofre que abismava todo ambiente. Sofregava. (?)

Definitivamente encerrou aquilo que fazia. Por medo, avareza ou sofreguidão encerrou. Colocou fim àquela colocação desmedida que fazia a si mesmo e a todos os presentes ao auditório. Não encerrou a toa, sem motivo, desarrazoadamente. Encerrou. Ponteou o fim. Estabeleceu o nada mais. Ponto final. Finalizou e partiu para o nunca mais!

19 de Outubro de 2.009

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 5

Irremediavelmente estabeleceu que o ali expresso não mais tinha qualquer relação com a realidade ou a espiritualidade. Era só a monotonia da espera e da irrelevância de qualquer momento, mas em especial com a hora presente em que todos estamos envolvidos com nossas promessas e juras de dedicação eterna.

O tempo hoje passou sem que eu percebesse.

19 de Outubro de 2.009

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 6

Deliberadamente não sabia a razão daquela tormenta momentânea. Podia vir de dentro ou de fora de si próprio. Era o momento, aquele, de investigar sua origem e a razão de sua existência.

Não sabia. E continuaria a não saber. Por força ou glória de não saber, pelo esforço que fizera em descobrir, independentemente de sua vontade. E essa era sua supressão de força. Era ela que o fazia extinguir-se de todos os demais presentes naquele local. Por que seria isso? O que despertava em si que o permitia entrar mais adentro do fato e saber sua origem e razão de ali se encontrar. De forma natural não sabia. Precisava estar desdobrado para ter força investigativa que lhe revelava os fatos procurados. Porque assim se sentia – e era de fato – como eles e sentia-se mais a vontade para perceber-lhes espiritualmente. Mas o que afinal descobrira? O que foi pouco importa. Não se revela, é (i) moralmente desnecessário. Não é preciso saber. É sua viagem na busca disso ou daquilo que tem o valor para seu espírito. A jornada vale muito mais que o destino. E assim, ele aprendia como passar as diversas passagens pedidas. Com Paz, com Amor, com Intensidade e Fé.

Victor

26 de Outubro de 2.009

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari - SC

Será parte do texto acima?...

Determinadamente evoluiu para um espaço inaudito, inesperado e devoluto. Não sabia, mas era assim que era. O seu jeito era incomparável. Único. Particular.

Dimas Gonçalves

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SEM TÍTULO 7

Seja bem-vindo amigo. Aqui é seu lugar. Vim trazido por você. Porque em você eu creio. E desejo sua felicidade. Fique em Paz e que assim seja.

26 de Outubro de 2.009

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 8

Não há distinção psicológica entre o ser vivente e o ser volátil de ar de nossos legados que tratamos aqui neste momento.

Mortal dos seres se estuda e se abate sobre a gênese das gêneses e alumbrados se norteiam por outros parâmetros, esquálidos, oníricos, voláteis.

9/Novembro/09

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 9

Desalugou sua própria casa e apossou-se em casa de outrem. Ali se revelou o que dele se desconfiava. Vieram a tona as mais diversas hipóteses que se lhe faziam sem seu conhecimento. O espectro que se revelou assustou a todos os que se envolveram com aquela situação. Não tinha dor muito menos expressão. Só tinha transmissão de forças e exegese as mais desconhecidas pelo povo do local. O que se revelou foi fortuito, inesperado e encantado. Não era real aos olhos dos mortais. Não era de conhecimento público. Era evaporante, inexplicável. Açoitador e embrulhado. Tudo o que ali se viu não era de sua aquiescência. Era febril, emocional, pusilânime, infernal. Só um homem poderia saber o que fazer naquela situação. E Ele o fez. Acercou-se de todos, pediu licença, ajoelhou-se e pediu perdão de sua presença e fez suas preces. Aos poucos explicou a todos o que estava ali acontecendo, suas virtudes, suas emoções e gratificações, que foram expostas por aquele ser envolvido entre todos para a Ele representar. Definitivamente os presentes foram sentindo a verdade nos fatos ali revelados e se ajoelharam e agradeceram a presença Dele e por estarem presentes àquele evento, àquela hora e àquele local. E juntos, ajoelhados, expiaram suas culpas e medos, revelaram suas injúrias e pediram perdão. Rezaram e receberam o óbelo do Senhor, e a partir disso revelou-se muita Paz, muito Amor e muita Harmonia entre todos os presentes. E assim agradeceram aos céus e ao Senhor. Graças a Deus!

16/novembro/09

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 10

Desalugou sua própria casa e apossou-se em casa de outrem. Ali se revelou o que dele se desconfiava. Vieram a tona as mais diversas hipóteses que se lhe faziam sem seu conhecimento. O espectro que se revelou assustou a todos os que se envolveram com aquela situação. Não tinha dor muito menos expressão. Só tinha transmissão de forças e exegese as mais desconhecidas pelo povo do local. O que se revelou foi fortuito, inesperado e encantado. Não era real aos olhos dos mortais. Não era de conhecimento público. Era evaporante, inexplicável. Açoitador e embrulhado. Tudo o que ali se viu não era de sua aquiescência. Era febril, emocional, pusilânime, infernal. Só um homem poderia saber o que fazer naquela situação. E Ele o fez. Acercou-se de todos, pediu licença, ajoelhou-se e pediu perdão de sua presença e fez suas preces. Aos poucos explicou a todos o que estava ali acontecendo, suas virtudes, suas emoções e gratificações, que foram expostas por aquele ser envolvido entre todos para a Ele representar. Definitivamente os presentes foram sentindo a verdade nos fatos ali revelados e se ajoelharam e agradeceram a presença Dele e por estarem presentes àquele evento, àquela hora e àquele local. E juntos, ajoelhados, expiaram suas culpas e medos, revelaram suas injúrias e pediram perdão. Rezaram e receberam o óbolo do Senhor, e a partir disso revelou-se muita Paz, muito Amor e muita Harmonia entre todos os presentes. E assim agradeceram aos céus e ao Senhor. Graças a Deus!

16/Novembro/09

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 11

Pai, aqui estou novamente e trouxe minhas mãos que que a vós entrego para que façais delas o que for de vossa vontade. Que flua, Senhor, de minhas mãos as mensagens que eu merecer transmitir. Sou vosso servo, vosso servidor e lhe entregominhas mãos e meu coração à Vossa misericórdia e grandeza. Que haja em mim a sabedoria para distinguir o que me é passado do que é de minha autoria. Saber distinguir entre o sagrado e o meu próprio trabalho; de tal forma que eu possa honrar vossas instruções e receber vossa transmissão com afeto e sabedoria, com humildade e doação, como caridade e aceitação de minha missão designada por Vós.

Que assim seja!

18/janeiro/10

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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SEM TÍTULO 12

Salve, Senhor, a minha prece. Empregue, Senhor, meu talento e minha fé em Vós e na Espiritualidade para a tarefa de caridade aos homens de boa vontade e aos necessitados, inconscientes de sua tortura, na terra entre nós, àqueles que são vítimas de Vossas forças e de suas ignomínias próprias, resultado de seu merecimento ao longo de suas existências e por força de seu comportamento em todas encarnações. Que o serv iço de auxílio a nossos irmãos necessitados seja regido pelos nossos Mentores Espirituais que se reunem em Vossa homenagem e sob Vossa tutela aqui nessa Casa do Senhor. Trazei-nos, Senhor, Vossas instruções para nosso seguimento e aperfeiçoamento. Como bons Cristãos vamos nos instruir e Vos obedecer para engrandecimento de nossa Doutrina e dos nossos conhecimentos da profecia Cristã. Agradecemos por tudo que possamos aprender.

Deus nos abençoe a nós e ao nosso trabalho.

18/janeiro/10

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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Jairo,

Sempre foi um imenso prazer estar em sua casa e participar da mesa de sua ceia com seus familiares e amigos e contar com sua especial atenção a todos que ali compareciam. Estar com sua experiência e estórias empre foi um encantamento. Era uma alegria. A gente saia de sua casa sem a sensação de peso nas costas que nós tínhamos quando lá chegávamos. Sua alegria e otimismo curavam nossas dores, nossas tristezas e tiravam nosso peso, porque você sempre era compreenção, amizade e otimismo. Entre uma bebida e outra ouvíamos sua estórias, estórias de quem havia vivido muitas aventuras, passagens tristes e engraçadas que você contava com sua maneira especial de se expressar e que nos deixava como que pregado à tela, como se assitíssemos a um filme. Ora comédia, ora drama ou supense ou magia você era sempre o diretor e o protagonista do dia. Nos enchia de orgulho ouvir e assistir a suas obras primas. Por tudo isso você será bem recebido hoje. Nossos queridos amigos da Espiritualidade também sempre estiveram presentes àqueles encontros, de tão bons que eles eram para aprender um pouco, assist-lo um pouco e ganhar a vitalidade que você irradiava. Agora chegou sua vez de receber atenção, chamado que foi pelo Pai Maior para ocupar seu lugar reservado no Lar dos Homens de Bem.

Seja bem-vindo, caro amigo, nos visite quando quiser, estamos ávidos por suas estórias, suas aventuras, sua companhia e sua benção. Que o calor de minha fronte irradie a força deste pensamento que eu tenho em você. Graças a Deus!

01/fevereiro/10 – Um dia após sua partida

Lar Espírita Maria de Nazareth – Araquari – SC

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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O que não sei pergunto a Nina

A Nina está prenhe e deve dar 8 filhotes no fim de Fevereiro de 2.010.
Nina deu cria a 8 filhotes maravilhosos em 28 de Fevereiro de 2010.
Bella, que foi dada de presente a Ana Carolina, é hoje sua melhor companheira.
O único macho e outras 6 foram embora...


Passo horas pensando em uma pergunta para fazer-lhe. Depois gasto algum tempo, curto, perguntando a ela. Preciso de algum tempo até ela prestar atenção ao que estou falando. Quando isso acontece me olha firme nos olhos, fixa o pescoço em uma só direção e parece uma aluna cegamente concentrada em seu professor. Conforme pergunto percebo que ela dá um tempo. O tempo necessário para pensar na resposta.
Os tipos de perguntas que faço são óbvios e fáceis de se fazer a uma dálmata. As dálmatas são boas de elaboração do pensamento. Ajudam-nas os movimentos que fazem de caça de passarinhos pelo jardim. De boca aberta e orelhas em pé caçam, o que lhes é da raça, mordem as caças e as abandonam. Esses exercícios as tornam ágeis de corpo e de mente. E de espírito também. Uma amiga me disse que Nina está em sua última encarnação. Na próxima voltará humana. Por isso sabe pensar. E pensa profundamente. Não que tenha experiência passada. Não que saiba ler e tenha lido para saber as respostas. Simplesmente as sabe, ou melhor, as encontra. A mim não é dado saber onde as consulta ou busca. Só me interessa que sabe dar as respostas. Inicialmente eu perguntava sobre o tempo. Ela passava um tempo olhando o céu, cheirando a grama, mordendo ossos e respondia. Se latia seria seco e ensolarado. Se tossia molhado era chuva na certa. Nunca errou. Muitas vezes fui à praia confiando em sua meteorologia. Fui avançando. Tornando as perguntas mais difíceis. Mais filosóficas. Menos objetivas. Como descobri que ela era capaz de dar respostas? Não me pergunte como e nem quando. Simplesmente aconteceu. De um dia escuro para um dia claro. Depois de ler um poema de Drummond. Depois de querer saber quem viria visitar-me. Quanto tempo faltava para o Natal. Coisas desse tipo. Todas as respostas eram exatas. Ficava feliz se fosse um amigo. Definia o Jorge subindo no sofá da garagem, onde ele gostava de brincar com ela. Batia a pata para marcar o tempo. Uma batida, uma semana. Se o poema era alegre ria, se triste chorava, se intrigante, como a pedra no meio do caminho franzia a testa e mancava de uma perna, machucada pela pedra de Drummond. Só fiquei infeliz outro dia, quando lhe perguntei da minha amada com meus olhos tristes. Nina saiu pela porta da frente saltando a grade. Foi-se embora e nunca mais voltaram.
11/11/09

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PAVANE




Pavana (Dicionário Aurélio)
[Do it. pavana, poss. pelo esp. pavana.]
Substantivo feminino.
1.No começo do séc. XVI, dança de corte, provavelmente de origem italiana, em
compasso binário ou quaternário, andamento lento e majestoso:
2.Depois de 1600, peça instrumental, com as características dessa dança, e ger.
seguida pela galharda.
Tocar a pavana. 1. Espancar, zurzir.


Você precisou chegar para eu entender o que é saudade...
Não a saudade comum, que não arde, que não frita os miolos, que não emagrece...
Não a saudade que todos têm, que cantam nas músicas, que falam nas ruas, que recitam em poemas....
As saudades simples e plurais não são iguais à saudade que você me ensinou agora
É uma outra saudade. Latente, impertinente, efervescente...
Muito diferente daquela saudade que dizemos que só existe na língua portuguesa e tentamos explicar para estrangeiros
Essa saudade que não se explica e não se entende se não se tratar de gente da terra
Essa saudade ninguém entende, ninguém saboreia, não está dando sopa
Não bate em peito de alienígena, não está à disposição do mundo
É reserva do dono da terra.
Para entendê-la precisa ouvir Jobim, conhecer Drummond e ser fã de Paulo Autran.
Não é biscoito de supermercado, não é jornal de banca de rua, bilhete de loteria...
A saudade que você me ensinou é forte, tem bala, é de matar...
Não é coisa de principiante, muito menos de amador, estagiário ou primitivo
Sua saudade é para profissional, para seniores muito escolados
Os que não visitaram o inferno, os que não apagaram a luz do céu, os que chegaram tarde à festa
Esses não se atrevam, não vão aprender a saudade que você me trouxe
Saudade assim, minha filha, só bate no peito uma vez, chega, senta e pede café, bolo, banana, chá de hortelã
Saudade assim assina a nota, não paga a conta, não vai embora

Nunca mais...

Saudade assim só dá em pai... É uma Pavane perfeita.

Jaraguá do Sul, 30 de Setembro de 2.009


Ouçam as Pavanes abaixo:

A de Maurice Ravel (1.875/1.937), Pavane pour une infante défunte, mais conhecida, é com Seiji Osawa conduzindo a Boston Symphony Orchestra.
A de Gabriel Fauré (1.845/1.924) é com Harpa e Flauta - Duo Harpeggione.
O Canto Gregoriano, musica produzida pelo Fr. G.M. Sveboda é com o Winnipeg Diocesan Choir & Choir 2000.





quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Teatro

Foto: Teatro de Rua # Claudio Marcio Lopes

Eu me mataria de bater palmas naquele teatro
se o ouvisse cantar aquela musica...
Também lhe tocaria as mãos
se ela estivesse comigo naquele teatro....
Mas se ela estivesse comigo
não iria com ela àquele teatro....
Ficava em casa com braços abertos
na copa, na cozinha, na sala, no quarto,
porque ela seria bem-vinda por toda vida....
E por toda vida eu a fitaria de frente, de lado, de costas...
a fitaria o tempo todo...
porque fita-se a mulher que se ama
e mais se fita se mais se ama...
e eu a amo tanto....
tanto, tanto, que não sei como a receberia
se ela quisesse ser um ser de meu ser,
um ser de meus encontros,
uma parcela de minha vida.

MSN 2 - MORO EM UMA GAIOLA


Ela diz:
como ta a vida por ai?
Ele diz:
assim, assim ... às vezes acordo as 4:30 da manhã e fico por aqui... ouvindo os pássaros.... parece que moro dentro de uma gaiola....
Ela diz:
escreve assim: moro em uma gaiola
Ele diz:
não fosse o terreno tão grande, livre e espaçoso talvez os pássaros não viessem. As vezes confundo os cantos. Penso que eles cantam em minha gaiola mas quando vou olhar lá fora vejo que eles cantam na gaiola do vizinho. Não invejo. Não preciso de mais pássaros na minha gaiola. Mas, se eles quisessem, poderiam passar de lá para cá sem dificuldades... e vice-versa.
Moro em uma gaiola.
Ela diz:
os pássaros tão dentro ou tão fora? Ou vc é um pássaro?
Ele diz:
Essa dúvida me alucina.Tenho medo que alguém roube a chave da gaiola. Um dia alguém vai roubar minha chave, vai me tirar daqui ou vai tirar os pássaros daqui ou não vai me deixar viver dentro da minha gaiola... mas, neste dia, eu já terei voado com eles, para fora da gaiola, para o infinito, como se soubesse voar...
Ela diz:
xô!.....................

domingo, 9 de agosto de 2009

ESSE EU...


Foto: Mandolin - 2.009 Weber Yellowstone de Luxe

Eu sou assim...
Ás vezes meus ouvidos tem que ser alimentados pelos mais inebriantes violinos, e posso passar dias com essa fobia insana mas esplendorosa.
O remédio para isso eu só encontro em Bach, Beethoven ou Vivaldi...
Tem que ser pilhas de Concerto Madrilesco sob silêncio fatal....
Esses instrumentos de corda eu os absorvo todos
Admiro mesmo o Mandolin de pouco conhecimento por aqui....

Antonio Vivaldi - Mandolin Concerto - 1st Movement:

MARIA

Foto: ... uma página da vida... Nuno Santos

"O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós." Jean-Paul Sartre


Minha saudade de você é enorme
Não tem tamanho nem forma, nem preço e nem nome
É saudade intensa, imensa, multiforme.
Na sala a vida de Cole e Linda bate em meu peito
Suas músicas ardem em mim, vejo nelas seu retrato, sua lembrança, seu jeito
Como nós, separaram seus corpos em vida,
Como nós, ficaram amores e mágoas perdidas,
Como eles, ficamos mais tempo sem nós
E com vidas cheias de saudades sentidas.
Na sala nosso leito, seus filmes, e seu retrato que você levou embora,
A vida que você levou embora,
A saudade que você deixou senhora.
Senhora de meus amores
Senhora de meus dias de alegria arrebatados de mim
De minhas lembranças banhadas de choro, estilhaçadas de recordações
De lindas manhãs e de músicas que cantei e versos que compus
Por nada, por ninguém, mas por tudo que havia entre nós.
Você roubou meu conceito de viver, meu investimento em nós
Meus últimos dez anos de minha vida, de nossa vida, de nosso amor.
Restou o que sou hoje
Essa pedra recheada de amor, de saudades, de lembranças de você
Onde mais nada cabe
Nem minha crença no futuro
Nem meu último adeus a mim mesmo
Nem minha sofrida volta ao passado...
Só essa despedida...
20 de fevereiro de 2007

Love is here to stay - By Ella Fitzgerald and Louis Armstrong
George and Ira Gershwin

It's very clear
our love is here to stay
not for a year
but forever and a day
the radio and the telephone
and the movies that we know
there just passing fancies and in time may go

but oh my dear
our love is here to stay
together were going a long, long way

in time the rockies may crumble
Gibraltar may tumble
they're only made of clay
But our love is here to stay